JOAQUIM GONÇALVES LEDO
Nascido em 11/08/1781, Rio de Janeiro (RJ)Oriente Eterno em 19/05/1847, Fazenda do Sumidouro, município de Macacu (RJ).
Político e Jornalista Fluminense.
Com apenas 14 anos Joaquim Gonçalves Ledo partiu para estudar em Coimbra, Portugal. Retornou ao Brasil em 1808, devido à morte de seu pai. Liberal e dotado de forte patriotismo, Ledo havia sido iniciado na maçonaria.
Embora a independência fosse o desejo da maioria dos brasileiros, havia muitas divergências entre eles. O "partido brasileiro", apoiado pela aristocracia rural do sudeste, queria a criação de uma monarquia dual, para preservar a autonomia administrativa e a liberdade de comércio. Os liberais radicais, comandados por Gonçalves Ledo, contavam com as camadas populares urbanas e buscavam não apenas a independência, mas também a democratização da sociedade brasileira.
 Sendo o editor do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado por ele e por Januário da Cunha Barbosa a 15 de setembro de 1821, Ledo foi um dos promotores do "Dia do Fico". No jornal, combatiam os interesses dinásticos portugueses e reivindicavam a constituição de um governo liberal.
       No primeiro número do Jornal, fez a seguinte entusiástica saudação a D. Pedro I:
      "Príncipe! Rasguemos o véu dos mistérios; rompa-se a nuvem que encobre o sol, que deve raiar na espera brasileira; forme-se o livro que nos deve reger e, sobre as bases já por nós juradas, em grande pompa, seja conduzido e depositado sobre as asas do Deus de nossos Pais.
      Aí, diante do Altíssimo, que te há de ouvir e punir, si fores traidor, jura defendê-la e guardá-la à custa de teu próprio sangue; jura identificar-te com ela; o Deus dos cristãos, a Constituição brasílica e Pedro, eis os nossos votos, eis os votos de todos os Brasileiros. Oh, dia da gloria! quanto és belo, até mesmo lobrigado por entre as nevoas do futuro!. Príncipe, só assim baquearão de uma vez os cem dragões que rugem e procuram devorar-nos. Não desprezes a gloria de ser o fundador de um novo Império. O Brasil de joelhos te mostra o peito, e nele, gravado em letras de diamante, o teu nome. Não te assustem os pequenos princípios... Ah! se visses como é pobre a nascente dos dois gigantes da América, e como depois levam aos mares mais guerra do que tributos!... Príncipe, as nações todas têm um momento único, que não torna quando escapa, para estabelecerem os seus governos. O Rubicon passou-se; atrás fica o inferno; adiante está o templo da imortalidade.”
Em 9 de dezembro de 1821, as Cortes de Lisboa ordenavam o imediato retorno de dom Pedro a Portugal. A decisão do príncipe de permanecer no Brasil, no Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), foi produto de um amplo movimento, no qual se destacou José Bonifácio, nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por D. Pedro.
Para resistir às ameaças de recolonização, foi decretada, em 16 de fevereiro de 1822, a convocação de um Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do Brasil. Nele, Joaquim Gonçalves Ledo propôs a convocação de uma Assembléia Constituinte eleita pelo povo. Esse conselho, teoricamente, tinha a finalidade de auxiliar o príncipe. Na prática, porem, não passava de uma manobra dos conservadores, liderada por José de Bonifácio, contra os radicais liderados por Joaquim Gonçalves Ledo, para este, a preservação da unidade político-territorial do Brasil deveria ser feita através de uma assembléia constituinte eleita pelo povo.
No dia 20 de maio de 1822, dando sequencia a suas investidas em defesa da Independência do Brasil, Joaquim Gonçalves Ledo, dirigiu-se ao príncipe, com as seguintes palavras:
"A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à América, a Europa à Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este.
        O Brasil, no meio das nações independentes, e que falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma nação remota e pequena, sem forças para defendê-lo e ainda para conquistá-lo. As nações do Universo têm os olhos sobre nós, brasileiros, e sobre ti, Príncipe!
        Cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o ser. Tu já conheces os bens e os males que te esperam e à tua posteridade. Queres? ou não queres? Resolve, Senhor! "
Neste mesmo mês, dom Pedro determinou que qualquer decreto das Cortes de Lisboa só poderia ser executado no Brasil mediante o "Cumpra-se" assinado por ele. O que afirmava a soberania do Brasil. Esta medida teve o imediato apoio. A 13 de maio, o Senado da Câmara do Rio de Janeiro, conferiu ao príncipe regente o título de defensor perpétuo do Brasil.
Enquanto isso, Joaquim Gonçalves Ledo e outros pedem ao príncipe regente a convocação de uma Assembléia Constituinte. O príncipe acatou a sugestão e decretou a sua convocação em junho de 1822. José Bonifácio foi obrigado a aceitá-la, mas propôs a eleição indireta, que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a eleição direta dos constituintes.
       Finalmente, em 20 de agosto de 1822, na sessão do Grande Oriente do Brasiliano, realizada na Loja Maçônica “Comércio e Artes” no Rio de Janeiro, Ledo, que era o Grande Primeiro Vigilante, ocupando o lugar do Grão Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva que se encontrava em viagem, num arrebatador e inflamado discurso, acabou por proclamar a Independência do Brasil, consciente que estava da solidez do movimento que já havia se consolidado no País.
       Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro (Já com Grão Mestre do Grande Oriente do Brasiliano), rompeu definitivamente com Portugal e em 12 de outubro de 1822 D. Pedro foi aclamado imperador do Brasil, num quadro de Monarquia Constitucional e no dia 1° de dezembro deu-se a Coroação e sagração de D. Pedro I, na capela Imperial, como Imperador Constitucional e defensor perpetuo do Brasil.
Joaquim Gonçalves Ledo foi um ferrenho adversário de José Bonifácio de Andrade e Silva, tanto na maçonaria quanto na política.
Joaquim Gonçalves Ledo era muito modesto, não gostava de aparecer, trabalhava por seus ideais por amor e não por ambicionar cargos, títulos ou honrarias de qualquer espécie. Neste sentido, existem rumores de que ele tenha incinerado seu arquivo de documentos relacionados a sua participação na independência do Brasil. Mesmo assim, a história mostrou a grande importância de Joaquim Gonçalves Ledo na independência do Brasil e, há quem diga, que Ledo foi o grande articulador da indepêndencia do país.
       Em 1835, Joaquim Gonçalves Ledo, consta entre os Deputados da Assembléia Provincial do Rio de Janeiro, mas neste mesmo ano abandona a política e a Maçonaria, indo recolher-se em sua fazenda, a Sumidouro, no município de Macacu, vindo a falecer, com 66 anos de idade, aos 19 de maio de 1847, de ataque cardíaco.
Fontes de Pesquisa:
Wilkipeia, enciclopéida Livre
Culturabrasil.org
Educação.uol.com.br/biografias
Site da Loja Maçônica Scripta et Veritas n°1641 - "Discurso Gonçalves Ledo"
Moreira, Janir Adir; Site Academia Brasileira de Ciências Políticas e Sociais; jan/2008.
Niterói, 12 de julho de 2009.
Magno P. de Andrade
CIM  199.299
Descrição da Loja
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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